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✔✔ A política de bastidores voltou a falar mais alto em Ijuí — e o episódio da eleição para a presidência da Câmara Municipal em 2026 é emblemático do atual momento vivido pelo governo Andrei Cossetin. O que estava pactuado no início da legislatura foi colocado em xeque por uma intervenção direta do Executivo, revelando fissuras profundas na base governista e um claro desgaste de liderança.
Bischoff, vereador dissidente da base governista, é eleito presidente da Câmara de Ijuí
Havia um acordo. Dentro da própria base do prefeito, estava estabelecido que o vereador Capitão Gilmar Bischoff, do PSD, seria o presidente natural da Casa em 2026. O compromisso, no entanto, foi rompido por orientação do prefeito, que passou a apoiar a candidatura de Paulo Braga, também do PSD, numa tentativa explícita de barrar a ascensão de um parlamentar que, embora integrante da base, adotou posições independentes ao longo do mandato.
A estratégia, contudo, falhou. Com um placar apertado de 9 votos a 8, Bischoff derrotou o candidato indicado pelo governo na última sessão ordinária de 2025. Mais do que uma simples disputa interna, o resultado expôs o enfraquecimento político do prefeito no Legislativo. A maioria quase absoluta que antes garantia conforto ao Executivo já não existe — e isso ficou evidente no momento mais simbólico do calendário político da Câmara.
A tentativa de “puxar o tapete” do presidente eleito acabou tendo efeito contrário. Bischoff demonstrou capacidade de articulação e resistência, reunindo apoios suficientes para sobreviver à investida do próprio governo do qual faz parte. O episódio escancara o racha dentro da base aliada e sinaliza que o controle político do Executivo sobre a Câmara não é mais uma realidade consolidada.
Ao fechar o ano, o prefeito Andrei Cossetin acumula derrotas relevantes no Parlamento municipal. A eleição da Mesa Diretora não apenas contrariou os planos do governo, como também enviou um recado claro: acordos rompidos cobram seu preço, e a autonomia do Legislativo tende a crescer quando a imposição substitui o diálogo.
O resultado da votação não resolve os impasses políticos de Ijuí, mas inaugura um novo cenário. Um cenário em que o Executivo precisará reaprender a negociar — ou aceitar que o tempo da hegemonia passou.
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