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Em assembleia, trabalhadores do Correios decretam greve por tempo indeterminado no RS

Dirigentes sindicais criticaram o governo federal, na assembleia desta segunda (17), e a direção da empresa. “Na negociação deste ano, apresentaram reajuste zero e querem retirar praticamente todos os direitos da categoria”.

Matéria Publicada em: 18/08/2020
Trabalhadores reunidos em assembleia na noite desta segunda (17), em Porto Alegre. Foto: Sintect RS.

Em assembleia presencial realizada na noite dessa segunda-feira (17), na Praça da Alfândega, em Porto Alegre, os trabalhadores e trabalhadoras de Correios no RS decretaram greve por tempo indeterminado.

Além das presenças na assembleia, que ocorreu observando todas as medidas de segurança conforme orientação dos órgãos de saúde, mais de 500 trabalhadores e trabalhadoras participaram e acompanharam pelas redes sociais do Sindicato dos Trabalhadores de Correios do RS (Sintect-RS).

Dirigentes sindicais criticaram o governo federal e a direção da empresa. “Na negociação deste ano, apresentaram reajuste zero e querem retirar praticamente todos os direitos da categoria”, manifestaram-se em carta aberta.

Segundo o secretário-geral do Sintect-RS, Alexandre dos Santos Nunes, o movimento é a única resposta possível a proposta da empresa que retira 70 cláusulas do Acordo Coletivo dos trabalhadores. “Tudo que conquistamos ao longo de 30 anos está sendo retirado. Isso demonstra um total desprezo pelo que representa o trabalhador de Correios para o Brasil, que mesmo frente a uma pandemia, continua nas ruas, de porta em porta, atendendo a população”, ponderou ele.

Não vamos aceitar um ataque com esta dimensão. As representações dos trabalhadores pediram várias vezes para que a negociação não fosse feita neste momento, mas a empresa está exatamente aproveitando a pandemia para ‘passar a boiada’ nos direitos da categoria. E a nossa resposta é a greve”, acrescentou Nunes. O dirigente esclarece que a greve é em defesa dos direitos, da vida e contra o sucateamento do Correios.

Também foi lembrado no encontro que, com a pandemia, os serviços cresceram mais de 20% enquanto o número de trabalhadores diminuiu, isso além da carência de pessoal que já havia antes. Com isso, a empresa tem exigido trabalhos em sábados, domingos, sobrecarregando e expondo ainda mais os trabalhadores ao coronavírus. 

Ainda com relação a pandemia, os trabalhadores denunciaram que a empresa não preenche a CAT, não faz testagem, apesar dos trabalhadores estarem nas ruas, de porta em porta todo dia.

“Não vamos recuar e vamos mostrar a força dos trabalhadores de Correios para que os direitos sejam mantidos, nossa vida preservada e a empresa continue como uma empresa pública, do povo brasileiro. Queremos a presença do Correios em todos os municípios brasileiros, entregando de porta em porta, e respeito pela população”, pontuaram.

O Correios é o único serviço público presente em praticamente todas as cidades do país.

Encaminhamentos e agenda do movimento para a terça-feira (18), segundo o Sintect-RS

Como encaminhamento foi definido que cada trabalhador presente à assembleia, mesmo que virtualmente, converse com os colegas, reitere os motivos da greve e convença todos a participarem. Será a unidade que garantirá a força necessária para resistir a mais este ataque do governo e dos gestores do Correios.

A agenda para a terça-feira, dia 18/08:

– 8h – Agitação e conversas com a categoria em frente aos locais de trabalho.

– 11h – concentração no prédio Sede (na Siqueira Campos) seguida de caminhada nas ruas centrais e assembleia em frente ao prédio antigo do Correios na Praça da Alfândega.

O Sindicato reitera a importância de que todos se protejam do coronavírus e que observem as recomendações dos órgãos de saúde, como distanciamento, uso do álcool em gel e máscaras.

Fonte: Sintect-RS (editado)

Twitter | Repórter Abel Oliveira

Imagens/fotos e vídeos: Abel Oliveira / Cópias não autorizadas - Lei nº 9.610/98.

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