O delegado de Polícia Civil Ricardo Miron, que responde pela delegacia de Jóia, investiga denúncias de que um homem adotava gatos pela Internet para deixá-los mutilados ao quebrar dentes e patas e depois matá-los por estrangulamento.
Um filhote foi resgatado ainda a tempo na pousada onde estava o suspeito, no município de Jóia. Segundo ativistas da causa animal, mais de 30 gatos teriam sido vítimas do indivíduo.
Em entrevista na manhã desta sexta-feira à reportagem do Correio do Povo, o delegado Ricardo Miron, explicou que o suspeito confessou o crime, que foi cometido "por motivos fúteis sem razão aparente". Com o inquérito aberto, a investigação buscará agora reunir as provas das denúncias, aprofundar a confissão do suspeito e obter os depoimentos de testemunhas, entre outras diligências.
"É preciso mais provas, pois a confissão somente não serve para uma eventual condenação judicial, pois precisa ter provas testemunhais e materiais " justificou o delegado Ricardo Miron, lembrando que a lei 9.605/98 prevê pena de reclusão de dois a cinco anos nestes casos.
Os ativistas da causa animal relataram que o suspeito sistematicamente pedia os gatos para adoção nas redes sociais. Ele foi monitorado desde julho deste ano devido ao comportamento estranho, pois alegava depois que os felinos fugiram ou que repassou os animais para outras pessoas. Em outras situações sequer respondia. Denúncias surgiram em várias cidades, como Jóia, Ijuí, Santo Ângelo e Santa Maria.
Um dos felinos chegou a ser devolvido pelo suspeito com dentes e patas quebrados, tendo como desculpa que o animal caiu de uma escada. Os ativistas encaminharam então o gato para tratamento veterinário, incluindo a colocação de um fixador com pinos em uma das pernas. "Tudo isto será investigado. Estamos tentando confirmar com as provas", resumiu o delegado Ricardo Miron.
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