Alexandra Salete Dougokenski, de 35 anos de idade, foi condenada a 30 anos e 2 meses de reclusão e 6 meses de detenção pela morte do filho, Rafael Winques, aos 11 anos. Após três dias de trabalhos, o Conselho de Sentença acolheu a tese da acusação, considerando a ré culpada pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver, falsidade ideológica e fraude processual.
O Tribunal do Júri foi presidido pela juíza de direito Marilene Parizotto Campagna e integrado por quatro juradas e três jurados.
Cabe recurso da decisão.
(Alexandra é amparada pelo advogado durante júri em Planalto — Foto: Juliano Verardi/TJRS)
Penas
Homicídio qualificado: 28 anos de reclusão
Ocultação de cadáver: 1 ano e 2 meses de reclusão
Falsidade ideológica: 1 ano de reclusão
Fraude processual: 6 meses de detenção
Pena total: 30 anos e 2 meses de reclusão e 6 meses de detenção
A magistrada manteve a prisão preventiva da ré.
Caso
De acordo com a denúncia, Rafael foi morto entre a noite de 14/05/20 e a madrugada de 15/05/20. A mãe estaria inconformada com o fato de o menino estar desobedecendo as suas ordens, brincando no celular até tarde. Alexandra teria ministrado na criança duas doses de Diazepam e, com o menino ainda desacordado, o estrangulou com uma corda de varal. Transportou o corpo até o terreno vizinho, depositando-o dentro de uma caixa. O desaparecimento de Rafael gerou a comoção da comunidade, que auxiliou nas buscas. Nesse período, alguns suspeitos, como o próprio pai do menino e o namorado dela foram investigados.
Até que, dez dias depois, Alexandra apontou aos policiais o local onde estaria o corpo. Inicialmente, ela disse que matou o menino sem querer. Depois, em novo interrogatório, assumiu o dolo.
Já a defesa dela sustentou que Rodrigo Winques, pai de Rafael, era o autor do crime. No seu interrogatório, hoje [no júri] mais cedo, ela disse que o ex-companheiro e um comparsa foram até a casa dela, naquela madrugada, com o objetivo de levar o menino embora. Rafael teria se debatido e Rodrigo o segurou e amarrou com uma corda, asfixiando a criança. A mãe teria sido obrigada a acompanhar a dupla até o terreno ao lado da casa dela, onde o corpo foi colocado.
Alexandra também acusou o pai de Rafael de cometer violência doméstica e sexual contra ela, enquanto viviam juntos, e de ser um pai ausente.
Júri
O júri popular teve início na segunda-feira (16/01), no Foro da Comarca de Planalto. Em plenário, foram ouvidas 10 testemunhas e informantes, entre eles, familiares da ré, delegados, professoras de Rafael e o pai dele, Rodrigo.
O interrogatório de Alexandra aconteceu na manhã de hoje e foi seguido pelos debates, que se estenderam até a noite. Por volta das 23h30min, a juíza Marilene fez a leitura da sentença.
Pela defesa, atuaram os advogados Jean Severo, Filipe Trelles e Mayara Juppa. Pela acusação, representaram o Ministério Público os promotores de justiça Diogo Taborda, Marcelo Tubino e Michele Dumke, além do assistente de acusação, advogado Daniel Tonetto.
Crédito: Janine Souza / diretora de Imprensa: Rafaela Souza | dicom-dimp@tjrs.jus.br
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